quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Deixem os gorduchos e diferentes serem felizes

Fiz um desabafo no facebook que me fez pensar. Na realidade isso é algo que cerca a gente a todo segundo: o preconceito. As ofensas com os gordos, com os magros, os carecas, negros, homossexuais, professores e tantas outras pessoas. E por estarmos rodeados por isso muitas vezes não sabemos como lidar: nos calamos ou revidamos? Ignoramos ou damos uma lição de moral na pessoa?


Eu sou do tipo que não se cala, não levo ofensa pra casa e desde pequena sempre fui assim. Algumas vezes chego a ser tão babaca quanto à pessoa que me ofendeu, mas não admito que me ofendam e dou meu máximo pra não fazer isso com ninguém e se o faço na mesma hora peço desculpas. Se não na mesma hora, faço o mais rápido possível.
Penso que todos estão aqui pra aprender, pra evoluir. A vida é feita de aprendizados, de recomeços, de perdão. Não sou a pessoa mais indicada pra dizer que perdoa, sou daquelas que guarda mágoas e ressentimentos, mas sei que isso não me faz bem. Por isso mesmo que estou aqui pra aprender e rezo todos os dias pra sair desse mundo, desse plano, melhor do que quando entrei.


Cresci sendo a gorducha, a peituda, a bunduda da turma. Por tempos eu andava corcunda por vergonha dos meus seios e ouvia piadas dizendo que era porque eles “pesavam”. Durante anos eu mal conseguia usar algo mais curto, algo mais decotado. Na realidade ainda não consigo, não me sinto bem, mas isso é algo meu. Não significa que pessoas acima do peso não possam usar uma roupa mais curta, um vestido mais decotado.
É o mesmo que dizer que quem usa micro vestidos está pedindo para ser estuprada. Eu não gosto de micro vestidos, mas sem dúvida alguma, nenhuma mulher que usa está pedindo por isso.


No meu desabafo eu vi o quanto somos pequenos e sujeitos a todo tipo de ofensa. E isso é tão triste e tão pequeno da parte de quem ofende.
Eu cresci numa família dessas do avesso e eu poderia ter desenvolvido todo tipo de problema psicológico, mas não, muito pelo contrário. Cresci com a cabeça aberta pra aceitar todo tipo de diferença porque o diferente nos torna mais humanos, mais reais, mais verdadeiros.
Tenho problemas? Tenho, como toda pessoa normal e tento lidar com eles da maneira que posso, mas sempre tento não ofender ninguém com isso. Pelo contrário, tento ajudar o máximo que posso. A vida é isso: solidariedade, compaixão, respeito acima de tudo.


Não aceita? Respeite. Não acredita no que afirmam? Respeite a opinião do outro. Não consegue conviver com a diferença? Você ainda vai reencarnar muitas vezes se não aprender a lidar com isso.
O mundo é anormal, ninguém precisa seguir um padrão pra dizer que vive feliz. Vegetarianos e veganos não são extraterrestres, assim como quem ama exercícios físicos não é fissurado por um corpo bonito. São estilos de vida diferentes e nós temos que respeitar cada um deles. Sua mãe não lhe ensinou isso? Se ela não ensinou torço para que a vida ensine.
Ofender não faz de você melhor, te faz menor!


O bom da vida, ou grande parte dela, é que a gente cresce e aprende a lidar com certas coisas e a respeitar e aceitar o diferente, mas isso não significa que devemos baixar a cabeça quando alguém nos ofende. 
Gente tatuada é ignorante e burra? Conheço tatuados mais inteligentes que muito almofadinha. Peões são pessoas menores por gostarem de sertanejo? Pra mim só são menores quando maltratam um animal (e não precisa ser peão pra isso, o que mais existe é gente ruim no mundo). Quem defende a causa animal deveria cuidar mais de uma criança? Cada um tem uma causa e geralmente quem tem esse pensamento não ajuda nem a família de baixa renda que mora na casa em frente. Um casal gay não pode adotar uma criança? Garanto que darão mais amor a ele que muitos casais "normais".


O mundo é feito de pré-conceitos e são eles que acabam com sua evolução. Eu também tenho pré-conceitos, mas guardo-os pra mim e sempre queimo minha língua por pensar que determinada pessoa é burra, sem vergonha ou algo do gênero. 
Conheça, converse, estude, descubra. Gente de verdade é feito disso. Eu estou aqui pra aprender, todos estamos. Então que tal pensar mais antes de abrir a boca e falar um punhado de asneiras? 
Essa luta pela magreza que rodeia o mundo é doença e inúmeras pessoas, especialmente mulheres, morrem diariamente por causa disso.


É triste, é deprimente e o seu pensamento ofensivo só faz com que mais pessoas tenham vontade de morrer. Não eu porque graças a Deus eu tenho a cabeça no lugar, ou parte dela! =D
Ontem em um encontro discutíamos sobre a questão de engajamento. Como pessoas se envolvem com marcas, produtos e causas. E surgiu o tema de que nós já nascemos diferentes e especiais porque fomos criados assim. Com o tempo percebemos que precisamos nos adequar a uma comunidade para nos sentirmos parte de algo. Estranho não? Nós nascemos diferentes e ainda assim somos preconceituosos com o próximo.
Fico feliz que o lance plus size e o amor pelo corpo esteja ganhando espaço. A gente precisa aprender a se amar.

Obrigada Dove por trabalhar a ideia de que somos diferentes e devemos nos amar assim. Só não agradeço pelos testes em animais! Hunf.

Pode demorar, mas é o melhor que a gente faz. Nada de sofrer pra agradar terceiros. Agrade a você em primeiro lugar. Isso exala felicidade, amor próprio e só atrai coisas boas. Infelizmente, algumas vezes, atrai coisa ruim porque gente mal amada sente o cheiro de felicidade no ar e tem a necessidade de ofender,  mas ignorem ou revidem a ofensa a altura. Porque eu sou dessas! Mas o melhor é ignorar e ser feliz. =)
Amanhã teremos um Passei pra geração saúde super bacana. O relato de uma vegetariana que abandonou a carne vermelha, o frango e muitos outros hábitos. Espero que gostem! =)

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