terça-feira, 1 de outubro de 2013

A criança que fui não se orgulha de quem sou

Quando somos crianças todos temos milhões de planos e sonhos. Me lembro bem que queria ser veterinária ou então atriz. Veterinária por amor aos animais, que perdura até os dias de hoje. Isso me faz vê-los de uma maneira que eu acredito que a maioria das pessoas deveria se esforçar para ver: eles são seres vivos e têm direito a vida, assim como nós (infelizmente ainda não virei vegetariana, mas espero virar se não nessa vida na próxima).


Enfim, desisti de ser veterinária porque não tenho estômago pra coisa. O que ficou foi ajudar a causa animal.
Quanto a ser atriz a vontade ainda vive em mim. Como diria um amigo, quem não tem vontade de ser atriz e morar em Londres? Hahaha.... Fiz teatro na adolescência e eu sempre estava envolvida em algum projeto do gênero. E modéstia parte, acho que eu era uma boa atriz porque sempre fui elogiada em minhas representações.

Acho que as preocupações com vestibular me fizeram desistir desse caminho (não tinha como fazer Artes Cênicas porque só tinha/tem em SP e meus pais não tinham como me mandar pra lá). 
Por amor a escrita fiquei em dúvida entre Jornalismo e Publicidade, segui a última opção. Depois de quatro anos de formada só consigo chegar a seguinte conclusão: adoro o que faço, mas definitivamente não é algo que me dá orgulho. Não sei se pelas dificuldades que o mercado traz, pela falta de reconhecimento, pela pouca compreensão dos meus pais de qual é de fato minha profissão e tantos outros pesares. Só sei que não é algo que eu encha o peito pra dizer “Sou publicitária”. Na realidade, algumas vezes, me dá vergonha.
Vocês já ouviram aquela frase “a criança que você foi se orgulharia de quem você é?”. Pois bem, essa pergunta surgiu na minha frente estes últimos dias e ficou martelando e só então eu percebi que não tenho muito orgulho de quem sou eu e do que faço. Talvez por ter deixado grande parte dos meus sonhos pra trás e ter seguido uma profissão que não me dá muito prazer em exercê-la.
Não sei dizer se é crise da idade ou alguma outra coisa do gênero, só posso dizer que não me orgulho do que sou hoje. Tenho muitas vontades e confesso que pouca força de vontade de realizá-las. Sei lá se os pesares do dia a dia me pegaram e eu acabei deixando a vergonha na cara perdida em algum canto.
O problema é que isso me perturbou e me causou uma certa depressão. Mas e agora? Não sei por onde começar e que caminho tomar, só fica a certeza de que algo não me agrada e que preciso de novos rumos.
Já pensei em virar confeiteira, fazer outra faculdade. Talvez ser professora, advogada ou bioquímica, mas vem mais uma dúvida "será que é isso?". Ai pensei em voltar a fazer teatro, yoga ou então virar escritora e outras coisas. Vem um zilhão de ideias na cabeça, mas nada concreto. E a falta de dinheiro impede de simplesmente largar tudo e recomeçar, seja em outra cidade ou uma nova profissão. Pensei em procurar uma terapeuta, mas novamente a falta de grana me impossibilita de fazê-lo.
Fico refletindo se isso é loucura só da minha cabeça ou se outras pessoas passam pela mesma situação. A crise de não gostar do rumo que a vida tem tomado e não ter noção do que fazer para mudar. Espero só que a ideia de mudança não fique apenas na cabeça, mas saia por ai desbravando caminhos e averiguando o que pode ou não ser feito. Sei que muito precisa ser mudado, mas não sei por onde começar. 
Espero também que vocês compreendam o meu desabafo. Sei que a maioria dos meus textos é sobre vida saudável, mas como disse esses tempos atrás quero usar esse espaço pra falar outras coisas também.
Se alguém quiser me sugerir o que fazer, estou aberta a discussão! =]

6 comentários:

  1. Acho normal, todos passam por momentos de estagnação profissional. Acho que vale fazer cursos, se aventurar em pós-graduações e mestrados, ou até outras áreas. Fazer um curso de culinária que seja, pode ser a profissão continue a mesma, mas a perspectiva com certeza muda.

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    1. Escrevendo sobre isso nós vemos a quantidade de pessoas que se encontra na mesma situação. Ou seja, não é só coisa da minha cabeça o que é um bom começo. hahaha... Estou refletindo sobre o que é possível mudar e qual caminho seguir pra sair da mesmice. Ainda não encontrei a solução, mas ei de chegar lá. =]

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  2. Na real nesse mercado pequeno que temos você foi muito corajosa... Acho que essas dúvidas vão estar pra sempre na nossa cabeça... Eu sou a favor de mudar... sem medo de ser feliz e sem olhar para os obstáculos, ir lá dar uma de louca e fazer... Mude! Seja feliz!

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    1. Imagino que se meu chefe resolver ler esse texto, contente com certeza ele não ficará. hahaha... Ou talvez ele pense que se eu fizer o meu trabalho, tá tudo certo. Enfim... a forma como somos tratados e desvalorizados me desanima e esse é um dos pontos que me entristece na profissão. Penso realmente em seguir novos rumos, só não descobri qual ainda. Vou fazer tudo que puder pra mudar. Também sou adepta a mudanças ainda mais quando nossa felicidade está em jogo. Obrigada por comentar! =]

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  3. Somos vulneráveis e deixamos o coração comandar a escolha por essa profissão, isso é bom, pois mostra que fizemos algo por amor e o que é melhor que o amor? Me identifiquei muito com esse texto, inclusive sou a prova de uma grande mudança, sou publicitária por formação e administradora por vocação. Não sei de onde veio essa "coisa" sei lá, pode ser uma vocação na área administrativa, mas o negócio é que está dando certo e estou muito feliz com isso, com os resultados e aprendizado. Então acredito que todo tipo de mudança, de alguma forma tem um ponto positivo.

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    1. Oi Ana, adorei seu comentário! Realmente fazer algo por amor não tem preço, mas quando lidamos com um mercado torto o amor começa a se esvair e nos perguntamos se é isso mesmo que queremos. Tenho paixão por escrever e realmente vou em busca de algo que complemente essa minha paixão e me dê mais prazer que a profissão de redatora publicitária. Fico feliz por você ter se encontrado. Vou trabalhar pra me encontrar também! =]

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