Oi? Gostaria de fazer uma reclamação!

No Brasil tudo é fácil. Adquirir o carro do ano, com parcelas imensas por vários anos é fácil. Comprar a casa dos seus sonhos para você pagar eternamente é mais fácil ainda. Comprar uma bolsa, sapato, roupa, móvel, eletrodoméstico é mega fácil. Para tudo isso existe mil e uma maneiras de parcelamento e facilitações para que você compre aquele produto ou serviço tão desejado. A atendente tem o sorriso largo, o sistema funciona e você consegue adquirir sem maiores problemas seu sonho de consumo imposto por alguma propaganda forçada que você assistiu pela TV/internet/rádio/outros.

Só não é complicado quando você vai comprar algo. Quando é o contrário torna-se algo impossível de ser realizado. Nem um super herói te salva do estresse, do nervosismo, da vontade de mandar a atendente - que coitada! Não tem culpa de nada – para pqp. Ela se esforça em movimentar os músculos do rosto e demonstrar um sorriso, mas não dá. Até ela já está nervosa com a situação e quer mandar aquele sistema para o quinto dos infernos.

Tudo no Brasil parece fácil, mas a verdade nua e crua você não tá vendo. Até que uma conta errada, absurdamente cara, te pegue de surpresa e você precise contestar aquilo. Ah meu amigo... agora reza. Porque só com reza para aguentar os minutos... não!! Horas que você vai perder da sua vida tentando fazer alguém te ouvir, te entender e efetuar a mudança da conta que está errada! 

Você passa por isso principalmente quando quer cancelar algo. Sabe por quê? Porque você não pode cancelar nada na sua vida.

Nem a TV a cabo que cai toda vez que chove ou a linha de telefone móvel que você não usa. Talvez você venha usar nos próximos anos da sua vida. Então por que cancelar? Vai pagando até que um dia você use. 

Paga eternamente para evitar dor de cabeça na verdade. É mais fácil perder alguns reais a ter que enfrentar as tentativas de cancelamento. As muitas tentativas.

Esse nosso sistema, de tudo quanto é serviço que faz isso conosco (seja de água, luz, internet, TV a cabo, celular, banco e afins) é burro, é desrespeitoso, é incoerente, é sem vergonha. E isso me envergonha. Porque pagamos horrores de juros, tributos e tantas outras cobranças que nos são feitas para que o serviço melhore, mas ele não melhora. Nem ontem, nem hoje, nem até as olimpíadas no Brasil.

Queria poder viver sem tudo isso, mas o consumismo capitalista faz parte de mim e eu, infelizmente, não consigo viver sem todos esses serviços e, mais infelizmente ainda, estou sujeita a todo esse estresse cada vez que eu solicitar mudança de endereço ou cancelamento de algo na minha vida.

Você tenta manter o bom humor e a calma, mas é tomado pelo estresse do momento e não tem como controlar.  Dá raiva, dá ódio, dá tudo quanto é sentimento de impotência. 

Você quer xingar a atendente, mas a culpa não é dela. É do maldito sistema que não funciona. Como confiar em uma operadora que mal consegue falar com você pelo maldito celular? 

Eu não consigo me imaginar trabalhando para algumas dessas empresas de serviços. A pessoa tem que ter muito controle para não mandar o cliente se f*der quando ele se altera e quer quebrar o computador a sua frente. É claro que a pessoa precisa do emprego, por isso tá ali. Só digo que não consigo.

A empresa os treina tão bem que quando você vê um deles a ponto de explodir na sua frente você acha um absurdo. 

Ele é forçado a sorrir sempre, atender bem e jamais ceder a qualquer pressão do cliente, pois o cliente tem sempre razão. A pessoa vira quase um robô. Eu não aguentaria isso. Somos todos humanos e mais cedo ou mais tarde vamos ceder a uma ofensa e seremos ofensivos de volta. Eu sou assim, pelo menos.

Todos nós estamos sujeitos a sofrer com isso algum dia. Enquanto eles não mudam por conta própria nos resta reclamar aos órgãos que possam te ajudar a resolver o maldito problema. Corre para a Anatel, Procon e tudo quanto é lugar que for preciso.

Talvez assim a gente consiga um serviço melhor em um mundo melhor onde ninguém vai precisar perder os cabelos nem horas da preciosa vida tentando contestar algo que você não pediu que acontecesse.